O jornalista automotivo explica como os carros eletrificados irão ocupar o lugar dos veículos a combustão na próxima década.
“A eletrificação é um caminho que a gente sabe há muito tempo que é inevitável”, com essa afirmação o jornalista automotivo, Cassio Cortes, iniciou sua conversa repleta de informações sobre o mundo dos carros elétricos. Com toda uma vida dedicada à sua paixão por carros, Cortes fez um panorama histórico dos carros elétricos e reafirmou sobre o que espera do futuro dos eletrificados no trânsito das grandes cidades.
”Gosto de fazer um paralelo com a telefonia celular, quando surgiram os primeiros aparelhos celulares, custavam de dois a três mil dólares no Brasil, mas ninguém falou que aquela tecnologia não ia funcionar, entenderam que era questão de tempo, à medida que as tecnologias vão se difundindo as demandas aumentam”, lembra Cortes, durante sua conversa, à convite da Volvo Car Brasil, para o Path.
Quem olha de fora e não está habituado com o tema, pode pensar nos carros elétricos como uma novidade de nosso tempo, mas a busca pelos eletrificados não começou agora. Atravessando cerca de um século atrás, podemos já encontrar pistas sobre estes veículos. Voltando algumas páginas da história, lá por 1830, encontramos registros de estudos e testes sendo feitos com carruagens movidas à eletricidade.
Até 1860 a tecnologia não permitia baterias recarregáveis, mas isso mudou quando o francês, Gaston Planté, criou a técnica que permitiu a primeira bateria de chumbo-ácido, um marco na indústria automotiva como um todo, pois com o passar dos anos essa bateria passou por aperfeiçoamentos e até hoje é utilizada na fabricação de carros em geral.
“Hoje em dia o padrão da indústria automotiva é o das baterias de íon lítio - menos agressivas ao meio ambiente - e a tecnologia está sempre evoluindo, essa bateria é líquida gerando o campo magnético a partir do movimento, mas o próximo passo é chegar nas baterias sólidas.
Hoje há muitas startups dedicadas a isso, com aportes das montadoras, o que vai diminuir muito a necessidade de minérios, caminhando cada vez mais para baterias menos poluentes para o meio ambiente”, destaca Cortes.
E não para por aí, hoje o que estamos vivendo em relação aos carros elétricos pode ser considerada uma retomada ao passado, pois no início do século XX, nos Estados Unidos, 28% dos carros fabricados no país eram elétricos. A cidade de Nova York, por exemplo, mantinha uma frota de 60 táxis elétricos.
Nesse período, o cenário dos carros elétricos parecia bem, até mesmo o famoso inventor Thomas Edison trabalhou durante um tempo em soluções para as baterias dos eletrificados. Mesmo assim, na década de 1920, quando carros movidos à combustão se popularizaram por oferecerem melhores condições de custo, os carros elétricos tiveram uma queda drástica nas vendas e ficaram em segundo plano no mercado mundial de automóveis.
Hoje, o apelo por um mundo sustentável é urgente, no Path Amazônia, todo o conteúdo é baseado nos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, entre eles há um destaque para a busca por energia limpa e sustentável. “O mais importante para ser desmistificado é a questão do impacto ambiental dos carros à combustão, versus o carro elétrico, em países de matriz energética limpa como o Brasil o carro elétrico já tem uma emissão de carbono menor, praticamente zero”, explica Cortes.
Em um relatório importante e inédito do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), divulgado em outubro de 2020, foi apontado que milhões de carros usados, vans e micro-ônibus exportados da Europa, Estados Unidos e Japão para o mundo em desenvolvimento são de baixa qualidade, contribuindo para a poluição significativa do ar e afetando os esforços para impedir os efeitos das mudanças climáticas.
Ainda sobre o relatório, 80% destes carros tiveram países de baixa e média renda como destino, sendo que mais da metade foi para a África. Por isso, a mudança de direção dessa estrada tortuosa para um caminho mais tranquilo e, em paz com o meio ambiente, pode ocorrer através de novos comportamentos da indústria automotiva.
A Volvo Cars pretende vender somente carros totalmente elétricos até 2030,pela segurança de todos que compartilham o planeta. De acordo com Cassio Cortes, o banimento total de carros movidos à gasolina será natural daqui a alguns anos, com os carros elétricos ocupando esse lugar e virando a chave em relação ao impacto dos automóveis à neutralidade climática.
“Os governos da União Europeia, do Japão e dos principais estados americanos, como a Califórnia, já decidiram que não vão vender mais carros à combustão (até 2035). Os debates, decisões e leis, já foram promulgadas, por isso a maioria das montadoras hoje tem uma timeline de quando elas vão parar de produzir carros à combustão”, complementa Cortes.
Volvo no Path Amazônia
A conversa completa com Cassio Cortes será uma entre tantas outras que a Volvo Car Brasil irá trazer para o Path Amazônia no último fim de semana de outubro.
Você já pode se cadatrar acessando o ondemand.festivalpath.com.br
Nos vemos lá!
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