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Agenda 2030: Vivemos na década decisiva para o desenvolvimento sustentável

Na véspera da COP 27, entenda como podemos encontrar soluções para acelerar o processo de desenvolvimento sustentável e cumprir com a Agenda 2030 de metas prometidas pelos países membros das Nações Unidas. Através da palestra de Glauco Kimura sobre essa década decisiva, conheça como os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são interdependentes e saiba quais deles são requisitos mínimos para a urgência climática.



É fato que os impactos ambientais das mudanças climáticas precisam ser discutidos com muito mais frequência, novos mecanismos precisam surgir para frear o aquecimento global e governos de todo o mundo se colocaram à disposição de muitas metas para atingir até 2030 um cenário estável para o desenvolvimento sustentável.


No próximo mês a Organização das Nações Unidas promoverá a 27ª Conferência das Partes (COP 27), evento que é realizado anualmente com o objetivo de amenizar estes impactos negativos ao clima do planeta. A COP 27 ocorre entre os dias 6 e 18 de novembro no Egito e terá como base o relatório do Painel Intergovernamental sobre mudanças climáticas (IPCC) divulgado em fevereiro deste ano.


O relatório mostrou através de dados científicos que os efeitos negativos das emissões de gases continuam impactando as mudanças climáticas em comparação com o ano anterior e analisa as vulnerabilidades do planeta diante desta pauta urgente.


É possível fazer mais pelo clima


Recentemente, um estudo feito pelo Observatório do Clima, indicou que até 2030 o Brasil poderá reduzir suas emissões de gás metano em 36%, um número que ultrapassa a própria promessa feita pelo governo brasileiro na COP 26, que junto a outros países foi estipulada uma meta de 30% na redução.


Esse estudo é inédito no país e leva em conta as emissões de gás em 2020. O metano é um dos principais causadores do aquecimento global e o Brasil é o quinto maior emissor do gás, com 5,5% da média global. Para se ter uma ideia da nocividade do metano, em 100 anos o gás pode esquentar o planeta em até 28 vezes mais que uma molécula de carbono (CO2).


Em 2020, o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases do Efeito Estufa (SEEG), mostrou um levantamento feito com base em dados oficiais do Ministério da Ciência, que cerca de 20 milhões de toneladas de gás metano foram lançadas pelo Brasil à atmosfera.


Para que o país consiga atingir mais do que o esperado, reduzindo 36% das emissões, o relatório mostra que é preciso primeiro erradicar o desmatamento ilegal, que foi outro compromisso assumido pelo Brasil na última Conferência da ONU. Mudar políticas públicas de resíduos urbanos e criar gestões sustentáveis para os mesmos através de reaproveitamento do biogás gerado pelo lixo em aterros sanitários.


Outro campo é o da agropecuária que precisa mudar a forma como os dejetos animais são tratados, eliminando a queima de plantações como a cana e o melhoramento genético de rebanhos. São práticas que estão ligadas a conceitos de ESG e trazem apenas benefícios para produtores e empresas que aderem a práticas sustentáveis.


Década decisiva


O Path está sempre se conectando com pessoas renomadas e que são relevantes para sua área de atuação, seja através de nossas palestras, documentários ou podcasts, nossos convidados trazem na bagagem uma infinidade de soluções e ideias positivas para a sociedade. Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, são base da maioria dos conteúdos disponíveis na plataforma de streaming do Path, cada conversa que tivemos tem como pano de fundo algum ODS.



Em tempos de urgência climática e na busca do desenvolvimento sustentável, saber o que estas pessoas estão fazendo para colaborar com a Agenda 2030 é essencial para entendermos o nosso papel e buscarmos fazer nossa parte nessa jornada em defesa da regeneração do planeta.


Entre as mais de 70 horas de conteúdo do Path, está a palestra “Década Decisiva - com Glauco Kimura de Freitas", Oficial de Projetos de Ciências Naturais da UNESCO Brasil, que avalia os progressos da Agenda 2030 e os obstáculos encontrados até agora pelos países que buscam atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.


Na palestra, Glauco cita alguns dos ODS que, para ele, são requisitos mínimos para chegarmos até 2030 com as metas cumpridas.


São eles:


  • ODS 6 - Água potável e saneamento


  • ODS 12 - Consumo e produção responsáveis


  • ODS 13 - Ação contra mudança Global do Clima


  • ODS 14 - Vida na água


  • ODS 15 - Vida terrestre


  • ODS 17 - Parcerias e meios de implementação


Em uma analogia com o corpo humano, Kimura mostra que se vivemos uma vida de excessos, sedentária e com pouco cuidado com a saúde, uma hora ou outra vamos ter que lidar com as consequências desse comportamento. Ele então coloca a situação onde um médico daria 10 anos e 17 metas para esta pessoa se cuidar e melhorar sua saúde, se for tudo cumprido à risca, provavelmente a vida dessa pessoa mudará para a melhor.


Essa comparação que o oficial de projetos fez, diz muito sobre a importância que cada ODS tem em relação à saúde do planeta terra, é preciso buscar nessa analogia a mesma preocupação que teríamos com nossa saúde e transportar essa angústia para a urgência climática.


“Idealmente todos os 17 ODS deveriam avançar como um todo, de forma integrada, afinal eles são interdependentes, porém se nós fossemos priorizar alguns dos objetivos, acho que valeria à pena nós olharmos para aqueles que são pré-requisitos, que se implementados de forma bem sucedida geram condições para o alcance da Agenda 2030 como um todo”, explica Kimura.


Essa interdependência entre os ODS é exemplificada na atual crise dos semicondutores, que vive o mundo. O uso da água é muito importante para a fabricação de semicondutores que estão em diversos aparelhos eletrônicos que utilizamos no dia a dia. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), 12% dos fabricantes de diversos setores tiveram parte de suas produções paralisadas em 2021 pela falta dos componentes semicondutores.


Imensos reservatórios de água são utilizados na fabricação de semicondutores, quase 40 litros de água são necessários para criar um chip eletrônico, a crise hídrica está secando estes reservatórios e impossibilitando a fabricação dos componentes. Indústrias como estas planejam sua produção em anos e não semanas, todo esse processo está gerando um caos que impossibilita o desenvolvimento.


Tendo esse cenário em vista, uma crise no ODS 6, sobre saneamento e água potável, impede o desenvolvimento sustentável do ODS 9, por exemplo, que toca no tema da indústria, inovação e infraestrutura. Para Glauco Kimura, é preciso uma universalização da água e do saneamento para que esse objetivo seja atingido de forma positiva.


“Alguns estudos do Banco Mundial já mostraram que os valores a serem investidos para a universalização giram em torno de U$74 a U$176 bilhões de dólares por ano, que dá em torno de R$ 370 a R$ 830 bilhões em nossa moeda, isso parece muito, mas representa entre 0,26% e 0,55% do PIB global”, explica Kimura.


Para o especialista, se não conseguirmos separar essa porcentagem do PIB mundial, não teremos sucesso na Agenda 2030. “ Se nós, como humanidade, não conseguimos nem meio por cento do PIB global para fornecer água para todo o saneamento, que gera um efeito cascata que pode ser negativo ou positivo, nós realmente não vamos sair desse patamar”, conclui.


Nos últimos anos, temos visto um crescente interesse na discussão sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Isso é extremamente importante, pois os ODS são a base para um futuro melhor para todos. No entanto, apesar do progresso já alcançado, ainda há muito por ser feito para atingir todos os objetivos.


Acesse a palestra completa de Glauco Kimura na plataforma de streaming do Path.



Precisamos agora passar à ação e garantir que todas as pessoas tenham acesso às ferramentas que auxiliam nessa colaboração. O Path é uma destas frentes, pois através de nossa plataforma abrimos uma ponte entre as pessoas e as soluções para atingir as metas de desenvolvimento sustentável.


No próximo artigo listamos os principais conteúdos baseados nos ODS considerados requisitos mínimos para a Agenda 2030, que Glauco Kimura citou em sua palestra.







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