Em mais um ano de premiação, profissionais que venceram nas seis categorias do evento podem, com seus trabalhos, colaborar na solução de inúmeros tópicos agregados aos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável criado pela ONU.
Em 1990 nascia o Prêmio Nobel, um marco histórico na sociedade mundial que a partir daquele ano reconhecia pessoas que se destacavam por suas criações e contribuições à humanidade. O prêmio foi criado um ano após a morte de Alfred Nobel, conhecido por ter inventado a dinamite, que doou a maior parte de sua fortuna em testamento para que fosse distribuída entre pessoas que prestaram grande serviço à população.
São três décadas de premiação que ressaltam os feitos de pessoas renomadas como a estudante paquistanesa Malala Yousafzai (2014), o líder africano Nelson Mandela (1993), o físico Albert Einstein (1921) e o ativista pelo direito dos afro americanos Martin Luther King Jr. O Prêmio Nobel da Paz habitualmente é confundido como o único destaque de todo o evento, mas em toda a premiação há seis categorias que são: medicina, física, literatura, química, paz e economia.
Por ser um prêmio que destaca ações que contribuem com o avanço em diversas esferas da sociedade, na maioria das vezes o Nobel pode ser um dos caminhos para soluções relacionadas aos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável criado pela ONU.
Entre os 17 objetivos globais estão questões relacionadas à sustentabilidade, indicadores sociais sobre desigualdade, questões relacionadas à imigração, entre outras. No Prêmio Nobel de 2021, os laureados produziram trabalhos que podem ser agregados a essa agenda das Nações Unidas.
Nos prêmios de Química, de Física e da Paz, os trabalhos produzidos estão todos interligados à sustentabilidade. À começar pelo americano nascido no Japão Syukuro Manabe, o alemão Klaus Hasselmann e o italiano Giorgio Parisi, vencedores do Nobel de Física, com um trabalho que ajuda a compreender sistemas físicos e complexos como a mudança climática.
Os três cientistas trabalham com o que é conhecido como sistemas complexos, trazendo previsibilidade àquilo que pode parecer caótico ou aleatório. No caso de Manabe e Hasselman, seus estudos estão mais relacionados à modelação física do clima do nosso planeta, que através da quantificação da variabilidade pôde prever com segurança o aquecimento global.
O Prêmio Nobel de Química foi para os pesquisadores Benjamin List e David MacMillan, por conta de um trabalho que é considerado um marco na fabricação sustentável de medicamentos. O trabalho consiste em utilizar catalisadores orgânicos assimétricos que reduzem elementos prejudiciais ao meio ambiente enquanto controlam e aceleram reações químicas, sem fazer parte do produto final.
Entre os 17 ODSs está o tópico relacionado à redução de desigualdades, que entre diversos pontos tenta promover também a inclusão social, econômica e política de todos, independentemente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião, condição econômica ou outras. O Nobel de Literatura deste ano pode ser relacionado a esse objetivo, já que o escritor tanzaniano Abdulrazak Gurnah, destacou em sua obra a situação dos refugiados e exilados através de seus romances e contos.
Em seu trabalho, Gurnah aborda os efeitos do colonialismo de forma firme e sensível, incorporando elementos da teoria pós-colonial discutidos pelo professor na sua cátedra. Abdulrazak Gurnah é professor aposentado de Inglês e de Literatura Pós-colonial na Universidade de Kent, na Inglaterra, é o sexto escritor africano a ganhar o Nobel de Literatura.
Ainda no âmbito social e o impacto que essas pessoas podem ter como referências para os objetivos globais, o Prêmio Nobel da Paz foi destinado a dois jornalistas, Maria Ressa e Dmitry Muratov, que defendem a liberdade de expressão nesse ano. Um dos ODSs das Nações Unidas está relacionado à Paz, Justiça e Instituições eficazes, que traz em um de seus tópicos a importância em assegurar o acesso público à informação e proteger as liberdades fundamentais.
Maria Ressa é cofundadora e diretora-executiva do Rappler, uma empresa de mídia digital de jornalismo investigativo nas Filipinas, onde usou a liberdade de expressão para expor o abuso de poder de um governo autoritário. Muratov é um dos fundadores do jornal Novaya Gazeta, uma publicação russa que é alvo de ataques constantes e que já teve seis jornalistas assassinados.
Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, o “prêmio é um reconhecimento de que a liberdade de imprensa é essencial para a paz, justiça, desenvolvimento sustentável e direitos humanos.”.
O Prêmio Nobel de Economia foi destinado ao trabalho que os pesquisadores, David Card, Joshua Angrist e Guido Imbens, em relação a estudos para entender os efeitos de salário mínimo, imigração e educação no mercado de trabalho. Na categoria de Medicina o prêmio foi para David Julius e Ardem Patapoutian, em uma pesquisa sobre receptores de temperatura e toque no corpo humano.
O Path Amazônia vai trazer nos dias 30 e 31 de outubro, uma diversidade de conteúdos que terão como base os 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, abordando temas e ideias que podem criar soluções inovadoras para o desenvolvimento sustentável da sociedade e das pessoas.
Até lá, você pode se cadastrar e receber informações exclusivas sobre os convidados, palestras, documentários e mais, que estarão disponíveis em uma plataforma digital e interativa.
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